DA
SÉRIE: Experiência de uma imigrante brasileira em Portugal
Por
mais que os países falem a mesma língua, acho que um imigrante leva uma vida
descobrindo as histórias do novo país que vive. O outono é uma estação
especialmente interessante, porque tem mesmo muita coisa diferente para mim.
São
muitas folhas caídas no chão, são muitas árvores tricolores, com um pouco de
verde, um pouco de amarelo, um pouco de rosa. São muitas árvores “peladas”,
semi-peladas, que parecem que nunca mais vão ter uma folha. Pra não falar num
carrinho estacionado numa esquina da cidade, saindo fumaça e com uma fila de
pessoas à espera para comprar o seu saquinho de castanhas quentinhas. Nunca
tinha visto estas castanhas no Brasil. Depois, vem o “verão de São Martinho”, (uma
lenda, história ou tradição, como quiser... melhor explicada aqui:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Magusto)
uns dias, que, depois de já ter ido embora o sol do verão, chovido um bocado,
as crianças ficam super felizes de poderem andar de t-shirt. São uns 3 dias, onde
celebra-se o “Magusto” e come-se castanhas e bebe-se uma Jeropiga (espécie de
“pinga” de vinho”).
Estar em Portugal é ir para um parque, assar umas castanhas
numa panela, com um grupo de gente animada, beber Jeropiga, enquanto as
crianças brincam com os pés num tanque de areia, gritam e correm sem nenhum
tipo de restrição, do jeito que suas infâncias merecem.